"E o meu coração já não bate
na minha voz, de alegria e tristeza.
Acabou...e o meu canto galopa
para a noite vazia, onde tu já não estás.
Ardo em febre, a minha cama é uma lareira,
deliro, que num automóvel vou deitada,
e como num obus, ou mina despoletada,
quebra-se a minha cápsula em poeira.
Cobre-me como pó-de-arroz uma luz viscosa,
que me crucificasse para a benção do céu,
não passarei invisível sob cortina ou véu:
colam-se às janelas os carvões, dos telhados
das torres, tristes como lares apagados,
olham, roçam as cascas, receando
a luz quente das cascas da ostra-veículo,
e a mim não me larga a viscosidade da vida."
Tatiana Chtcherbina
(Munique, 1992)