[numa freguesia vizinha; fim de tarde, esplanada, com o 'Correio da Manhã' a passar de mão em mão numa mesa de 3 mulheres e um homem]
[Mulher Dois] Quem é que vem comigo a Queluz de Baixo? Daqui a nada a oficina fecha. [Mulher Um] Esta matou o marido e foi absolvida. [Mulher Dois] Também não era preciso matá-lo. [Homem] Pudera, levava porrada todos os dias. [Mulher Dois] Sempre que há violência doméstica absolvem. [Homem] Até é para admirar, há muitos casos destes e vão à mesma presas. [Mulher Dois] Desculpa, mas com violência doméstica absolvem. [Homem] Não absolvem. [Mulher Dois] Absolvem. [Mulher Um] Pronto. Deve ter sido em legítima defesa. [Homem] Ela naquele dia disse, hoje não levo só eu. E matou-o. [Mulher Dois] O que é que ele queria?
[a Mulher Três agarra no jornal e vai entregá-lo no balcão]
[Mulher Dois] Bom, daqui a nada a oficina fecha. Quem é que vem comigo a Queluz de Baixo?