17.2.09

POSTKARTEN

tudo começou com uma história estúpida de sobretudos trocados
no restaurante Rosetta: (e com aquela tua corrida cega, para lá dos
escritórios
da Alitalia, distraída, abstrata):
eh, não há muito que rir, minha querida,
a nossa identidade, as nossas roupas, os sinais particulares, os pontos
de referência, a orientação, o bom senso:
(uma vez mais estamos perdidos
no mundo, cada um como pode: e como merece):(e se te escrevo
do aeroporto
de Capodichino, à partida para Amsterdão, com os voos AZ424 e
AZ382,
é já por pura superstição, ao fim e ao cabo; e não por outra coisa,
realmente, por nada):

EDOARDO SANGUINETI
trad.:Egito Gonçalves
Assírio&Alvim