SE AMAS O NEGRO
Se amas o negro
Das noites de orvalho
Abominas a manhã.
Se te perdes no vermelho da tarde
Suspiras à mesa
Afastas a taça
Dos lábios.
Se não amas os prazeres da caça
Não te seduz a fama
Nem o clamor das batalhas.
Se as flores murcham
No teu peito mais depressa
Do que é normal
O sangue invade-te
palpitante o coração.
Karoline Von Gunderode
Alemanha, 1780-1806