21.3.08
o paradigma
Hoje, eu e milhões de portugueses comeremos bacalhau. Deve ser por isso que, num inquérito realizado sobre as preocupações dos portugueses, os problemas ambientais ocupam a 2ª posição, muito perto da primeira (a violência). 21% versus 24%, segundo a investigação duma instituição universitária de ciências sociais. Li isto ontem, num jornal de distribuição gratuita, mesmo antes de chegar à estação dos Restauradores e ir à loja do cidadão levantar o bilhete de identidade. De tal maneira o estudo e a revelação tiveram impacto sobre mim que decidi ocupar a viagem de volta a pensar sobre 'o paradigma científico'. E já não apanhei o metro na mesma estação. Desci até ao Rossio. Obviamente precisava de apanhar sol antes de me pôr a pensar no paradigma. Ia quase a entrar no acesso pela Praça da Figueira quando olhei para a esquerda e me ocorreu: vou visitar a igreja de S.Domingos. E entrei. Eterna e efémera ali estava e ali fiquei numa paz momentânea vinda não sei donde e que a beleza assustadora da ruína parecia alimentar. Não voltei a pensar no paradigma. Só hoje voltei a pensar nele, quer dizer, no bacalhau.