30.11.06

agente infiltrada

Café a caminho do Vale Escuro. Mulher ao telemóvel. Traços marcados de beleza perdida, tipo Ana Magnani, mas em loiro. Blusa verde, justa, elegante na medida em que uma blusa verde o pode ser. Rapidamente, e não desfazendo, uma mulher para quem se olha, e não era por ser loira, que eu às vezes também sou loira. Se falasse mais baixo, eu não a ouviria. Não estava ali para isso. Assim, não pude deixar de o fazer.

Ouve o que eu te estou a dizer (...)Ó mulher acordar? (...)Ao fim de vinte e tal anos é que se casou (...) Ó Cristina?! Atão??(...) (risos) Ó Mulher vai à luta! (...)Tá bem. (...)Ele gosta ou precisa que as pessoas mostrem apreço por ele. (...)
Exactamente! 'Tás a ver?! Afinal 'tás a perceber!(...)(longo silêncio, seguido de risos) É a minha teoria.(...) Tu tens que avaliar é a personalidade dele.(...) Eu já te disse. Mas ele quer que tu- (interrompe a frase) Esquece. Com tanta criança a passar fome. Para isso tem que ter (...) Olha vou desligar que tenho aqui outra chamada.(...) Vá beijinhos e manda lá a mensagem ao homem.