2.7.07

ganga

Hoje vi o Puma Branca. Estava com uma T-shirt sem mangas, discreta como só o encarnado pode ser. Quando se virou para falar com a loira do lado, detive-me nos óculos de sol ao peito, suspensos da gola, ansiosos pelos momentos de glória que se adivinham: rua abaixo, rua acima, com paragem obrigatória nos quiosques e num ou noutro talho, daqueles que têm sempre um empregado a fumar à porta. O Puma Branca atirou dois aéreos que tilintaram no vidro do balcão, lançou um último olhar à loira, pôs os óculos e saíu. Isto é para abreviar. Porque não foi bem assim: o Puma Branca ainda se virou uma vez mais. Foi por isso que eu reparei nesta singularidade: nas calças de ganga da loira faltavam os bolsos de trás, apenas desenhados a azul escuro no azul claro das calças. Sou obrigada a reconhecer que o impacto geométrico era evidente. O Puma Branca olhou e sou também obrigada a dizer que sorriu. Só depois é que pôs os óculos. E saiu. Assim é que foi.