Tudo se passa numa paragem de autocarro, entre a Rosário, uma mãe e dois filhos. Um deles - Artur , de seu nome, com 6 anos de idade e um azul-esverdeado nos olhos - frequentou o infantário onde a Rosário trabalha, numa zona quente da cidade. Ao vê-los, e há que tempos os não via, pois, entretanto, a família mudara-se, a Rosário pergunta, confessou-me ela que com algum contentamento, se assim se pode chamar ao olhar sorridente com que as duas partes se encararam:
- Então, já não está em Campolide, mora outra vez aqui ?!
Enquanto a mulher procura um nadinha transtornada as palavras no meio dos sacos pousados sobre o banco escavacado da paragem, ao jovem Artur as palavras saem-lhe ligeiras e breves:
- Fomos corridos!