No café, ao meu lado, a sexagenária de serviço, afirma alto e bom som, comme d' habitude:
- Eu ainda não sei se lá vou, mas se for voto "não".
(brevíssima pausa)
- Que se amanhem, eu também me amanhei quando era nova e não havia o que há hoje.
(olhando para a televisão, onde passa uma telenovela brasileira, ambiente rural)
- Eu tenho tanta pena dos cavalinhos. Coitados dos cavalinhos. São uns mártires.
Tudo isto se passou antes do meio-dia.