12.10.03

madame castafiore e as padarias

Madame Castafiore não gosta de empregadas de padarias. Acha o diálogo escasso e mal humorado. Já tentou tudo, desde os temas mais rebuscados, como padrão e variantes de roscas ou o pãozinho de leite no contexto europeu, aos mais simples,v.g, misturas e pão de mafra , sem encontrar feedback à altura. Reconhece que já conseguiu arrancar-lhes alguns sorrisos e confidências mas quase sempre à custa de pequenos gestos de suborno, como abastecer-se dos derivados que ocupam o balcão das padarias (dois rissóis de camarão, 2 pastelinhos de bacalhau e um queijinho fresco, por exemplo, dão direito a um comentário sobre o antes e o depois do arrumador da rua, à descrição pormenorizada e em discurso directa da gracinha do netinho mais velho e à previsão metereológica para os dias seguintes). Madame Castafiore também não aceita ser discriminada. As empregadas mostram os dentes e a língua solta-se mal "as suas amiginhas" põem um pé no estabalecimento. Para essas há sempre um saquinho com roscas quentinhas escondido debaixo do balcão. Na opinião de Madame Castafiore, as empregadas mais perigosas são as de cabelo arranjado.